borboleta rosa

borboleta rosa
It's me!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O evento da memória

O evento da memória  

O evento do memorial
Elaborar um memorial descritivo é reconstruir a própria existência. Essa não é uma tarefa fácil, pois, na opinião de Moraes (1992), memorial é um retrato crítico do indivíduo visto por múltiplas facetas através dos tempos, o qual possibilita inferências de suas capacidades. De acordo com Boa ventura (1995), "memorial é não somente crítico, mas também autocrítica do desempenho acadêmico da carreira científica". Sendo assim, para elaborar este memorial levei em consideração as condições, situações e contingências que envolveram o desenvolvimento da trajetória acadêmico aqui exposto. Neste relato, procuro destacar os elementos que, marcados por quebras de paradigmas, por coerência e incoerências, e por meio das relações estabelecidas com o mundo, possibilitaram a construção de minha trajetória acadêmica que envolve o pessoal e profissional. Neste contexto, meu memorial passa a ser auto-avaliativo, ou melhor, confessional, revelador de sonhos e cheio de emoções. Para Maturana, as emoções: [...] não são algo que obscurece o entendimento, não são restrições da razão: as emoções são dinâmicas corporais que especificam os domínios de ação em que nos movemos. “Uma mudança emocional implica uma mudança de domínio de ação. Nada nos ocorre, nada fazemos que não esteja definido como uma ação de certo tipo por uma emoção que o torna possível”. (MATURANA, 1998, p Coisas de Deus O passado só se deixa fixar, como imagem que relampeja irreversivelmente, no momento em que é reconhecido... (Benjamim Walter, 1994, p. 224). Ao meio dia de uma quarta-feira, Jataí vivia mais um momento de Sol escaldante entremeado por redemoinhos de uma poeira fina e vermelha. Era o décimo dia do mês de agosto do ano de 1960. Um jovem casal esperava pela chegada de seu filho primogênito. A situação não era nada animadora: a quase mamãe, que não passava de uma menina, pois estava por completar catorze anos, sofria as dores de um parto muito difícil há três dias. O pai, também um garoto de vinte e um anos se desesperava ante a demora daquela que seria a maior emoção de sua tão inexperiente vida. Naquela ocasião, a cidade só contava com um obstetra e o mesmo não se encontrava presente naquele momento, tinha decidido caçar, deixando aquela família entregue à misericórdia Divina. Porém, Deus em sua infinita bondade havia colocado naquelas vidas, a “vovó Maria Bahia”, um anjo disfarçado de parteira, que com sua vasta experiência pediu ao futuro pai e à futura avó que rezassem com muita fé, já que não poderia garantir as vidas da mãe e do bebê. O pai sofria com a situação, afinal ele nada poderia fazer, a não ser rezar e entregar ambas as vidas nos braços de Nossa Senhora. E foi para ela, para a mãe de todas as mães que a avó prometeu dar ao bebê, se menino, o nome de João Batista, se menina, Maria Aparecida. O pai, Alan-Kardec já havia escolhido o nome da filha, Lorenza, mas concordou com sua mãe, D. Maria Abadia (vovó Balila) porque o seu maior desejo era ver o bebê vencer a morte e trazer a ele, à sua esposa Marlene e à vovó Balila muita alegria. Nasci. Apesar de estar sentada e de quase ceifar as forças de minha mãe, consegui vir ao mundo graças à perícia da parteira, da fé de meu pai e de minha avó, da resistência e do amor de minha mãe e, sobretudo da misericórdia infinita de Jesus e da interseção de Nossa Senhora Aparecida. Papai ficou meio frustrado por não poder dar à filha o nome de Lorenza, personagem vivida por sua atriz favorita Sophia Loren, ele se contentou em deixar para quando tivesse outra filha. Entretanto, por uma razão que não se conhece, quiseram as forças superiores que eu nascesse no dia dez de agosto, dia consagrado a São Lourenço. Sendo assim, posso dizer que sou uma guerreira desde os primeiros instantes de minha vida, bem como uma pessoa abençoada, que veio a esse mundo para jamais desistir diante dos obstáculos. 
No baú das lembranças  .
“Quem pretende se aproximar do próprio passado soterrado deve agir como o homem que escava. Antes de tudo, não deve temer voltar sempre ao mesmo fato, espalhá-lo como se espalha a terra, revolvê-lo como se revolve o solo”. (Benjamin, 1994, p. 239). 
Revolvendo o solo de minhas reminiscências vislumbro o início de minha vida de estudante: iniciei meus estudos formais na cidadezinha de Portelândia – GO, aos seis anos de idade, na única escola que aquela comunidade conhecia o então Grupo Escolar Olavo Bilac, que hoje não tem mais esse nome. Ao chegar àquela cidade, por causa do trabalho de meu pai (ele foi comandar a construção da igreja e da cadeia pública), não cabia em mim de tanta ansiedade, pois iria freqüentar a escola, poder aprender tantas coisas novas, conhecer outras crianças e por fim, ter uma professora. Confesso que fiquei um pouco decepcionada, em virtude de já saber ler, escrever e resolver as quatro operações fundamentais, ao passo que meus coleguinhas ainda treinavam como segurar um lápis. Meu pai, nos seus momentos de folga me ensinava os primeiros passos. Escrevia as lições em cadernos velhos, que ele usava para fazer suas anotações de trabalho, papel de pão ou qualquer coisa que o valha. Com sua bonita caligrafia me guiava nas letras, escrevendo com seu lápis vermelho de mestre de obras. Não só na vida como no conhecimento escolar posso afirmar que foi meu pai o meu primeiro professor. Minha primeira professora formal chamava-se D. Gilza Guimarães, pessoa de meiguice e modos exemplares. Sua voz doce e seu olhar carinhoso me cativaram de imediato. Foi com ela que aprendi a amar a literatura. No dia em que completei sete anos, fui presenteada pela professora com três livrinhos de contos maravilhosos: Branca de Neve e os Sete Anões, A bela Adormecida no Bosque e A Bela e a Fera. Aqueles exemplares tiveram o poder de me enfeitiçar, onde quer que eu fosse os levava comigo. A partir daí não consegui parar de ler, lia tudo que aparecia em minha frente: de bula de remédios, receitas culinárias, o catecismo até as “famosas” e “proibidas” revistas de fotonovelas de minha mãe aos não menos olvidáveis livrinhos de bolso das histórias do velho oeste norte americano, de meu pai. Na escola, era sempre a primeira a declamar as poesias de Cecília Meireles, Olavo Bilac e de tantos outros vultos do gênero. A facilidade com que encarnava aqueles textos antevia já a missão que abraçaria mais tarde: professora de Literaturas. Aliás, ser professora era tudo o que queria ser, para tanto “dava as minhas aulas” apoiada em um pequeno pedaço de madeira, que me servia de quadro e nos muitos carvões, sobras do fogão de lenha que tínhamos em casa. As dificuldades financeiras eram inúmeras, mas mesmo assim tive acesso a vários materiais de leitura: livros da biblioteca do Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, em que estudei por dois anos, (na parte mantida pelo Estado); revistas velhas que minha tia trazia do trabalho, além de um livro adotado pela escola chamado “As mais belas histórias”. Creio que foi desse contato também a minha vontade de escrever, escrevia uma espécie de diário em algum caderno velho, que ainda tinha algumas páginas sobrando; poeminhas e até narrativas curtas, como as fábulas. Com o passar do tempo, me transformei na escritora de cartas da família. Até os parentes mais distantes vinham solicitar “os meus serviços”. Quando fui estudar no Instituto Samuel Graham, na quinta série ginasial, conheci um mundo que até então me parecia um tipo de encantamento: o gênero romance. Como me chamavam aquelas páginas repletas de aventura, de amores impossíveis, de relatos fantásticos, de narrativas intrigantes. Conheci Orígenes Lessa, Maria José Dupré; Ana Maria Machado e Aghata Christie. Minha hipnotizavam as histórias de mistério, os crimes quase perfeitos, desvendados por Charles Poirot! Nas séries subseqüentes, minha lista de preferidos crescia: fui apresentada ao incomparável Machado de Assis aos doze anos, quando li D. Casmurro. Meu Deus, quem seria o autor de uma escrita tão elaborada? Quem poderia ter construído um texto tão bem urdido permeado por tão sutil ironia? Essa paixão que começou na adolescência nunca foi desfeita, persistirá por toda a minha trajetória de leitora. Além de Machado, conheci Clarice, a grande perscrutadora da alma humana e seus dramas psicológicos, a inteligência d prosa de Lygia; a economia eficiente de Graciliano. Senti que ali estava a companhia perfeita para me ajudar na transformação de realidades, as quais nem sempre consistem em carga fácil de suportar. Terminei o primeiro grau e ingressei-me no curso de Magistério. Afinal, começaria a minha formação rumo à carreira que escolhi. Iniciaram-se as leituras de textos teóricos, surgiram disciplinas novas como Fundamentos da educação e Didática, ferramentas imprescindíveis para quem desejava tornar-se professora. Quando contava com quinze anos, no segundo ano de magistério tive a oportunidade de conhecer o ambiente que mais me desafiaria: a sala de aula. A estréia foi numa turma de quinta série, cujos alunos tinham idades e alturas superiores à minha, substitui a professora Laídes Souza Zaiden, que também ministrava aulas para a minha turma. Confesso que fui picada pela mosquinha da Educação de uma vez por todas. Dias depois, assumi uma classe de alfabetização na Escola Municipal Clarindo de Melo. No entanto, algo ocorreria para ofuscar o meu entusiasmo: meu pai, que trabalhava numa empreiteira na época, havia sido transferido para outro estado brasileiro, teríamos que nos mudar para a cidade de Rondonópolis. Confesso que quilo me deixou um pouco preocupada e ao chegar naquela cidade pude comprovar que meus temores tinham fundamento: não consegui vaga na única escola que oferecia o curso de Técnico em Magistério, um tradicional colégio católico. Depois de percorrer todas as escolas da cidade, consegui me matricular no Instituto Pastor Luther King, porém em outro curso: Técnico em Habilitação Básica em Química, em nível de 2º grau. Pensei que a minha pretensão em ser professora tivesse acabado ali. Depois disso, ainda nos mudamos para outros estados brasileiros e em 1979, fomos para a cidade de Açu no Rio Grande do Norte. Lá, comecei a trabalhar na mesma empreiteira que meu pai trabalhava, na função de Auxiliar de Controle de Manutenção, adorei isso! Um trabalho que me fazia mergulhar num mundo novo, um contexto predominantemente masculino, onde só se falava de máquinas, motores, de engenharia. Não me saí mal não, pelo contrário, cheguei a ser indicada para ocupar um cargo de chefia, mas... Em meio a toda a parafernália mecânica, encontrei alguém que teve a coragem de me pedir em casamento, E eu, a coragem maior ainda em aceitar. Essa brincadeira já dura 31 anos, me rendendo meus dois maiores prêmios: Bruce William e Douglas. Por vários anos, me dediquei a casa e à família, porém sem nenhum ressentimento. Embora sentisse uma vontade enorme de voltar à escola, esperava meus filhos crescerem. Enquanto isso, sempre que possível, ia à escola de meus irmãos menores e de meus filhos ajudar aos que necessitavam de reforço, ou ainda, ajudar no desenvolvimento de projetos que envolvesse Literatura. Quando afinal, o mais velho completou dezesseis anos, voltei. Retomei o 2º ano de Magistério e depois de concluir que havia sido interrompido há dezoito anos, prestei vestibular para Letras, habilitação em Português. Durante a minha graduação, tive a felicidade de conhecer a professora Cleide Pereira Coutinho, minha mestra, amiga e inspiradora. Foi com essa professora que me encantei com a Lingüística, pois até então, meu objeto de desejo se chamava Literatura. Cleide me instigava, me oferecia um vasto material de leitura, que não era cobrado no curso, mas que só me enriqueceria, servindo-me de referencial para toda a minha vida: sob sua influência tive meus contatos em áreas como a Filosofia, Análise do Discurso, Psicologia e Psicanálise, Filologia dentre outras. Além disso, compreender a estrutura da Língua Portuguesa me pareceu algo bem mais simples do que antes acreditara. Às vezes, ouvi e ainda ouço que sou “cria da Cleide”, o que apenas me eleva e me faz sentir bastante orgulho. Quiçá um dia possa reter um milésimo de seu conhecimento e domínio! Foi também na graduação que conheci a professora Sisterolli, com quem partilhei preciosos momentos de puro deleite, tanto com a poesia quanto com a prosa! Fernando Pessoa, Vergílio Ferreira, Camões, Manuel Bandeira, Gilberto Mendonça Telles, Florbela Espanca, Drummond, Guimarães Rosa, Miguel Jorge, Yêda Scmaltz! Creio que foi um encontro de almas afins, que usufruem do mesmo devaneio, da mesma fruição e do arrebatamento que só a Literatura pode causar. Esses momentos foram de puro aprendizado para mim, jamais os apagarei do rol de minhas melhores memórias. Ilustração 3- colação de grau, Técnico em Magistério, ISG 1997. Ilustração 4- Colação de grau, Letras- Português, UFG 2001. Durante o período de minha graduação, ministrei aulas de Espanhol no Centro de Línguas da UFG. Foi uma experiência muito rica, que me fez ter a certeza de que a sala de aula era onde eu queria estar. Ali permaneci por sete anos. Além do CL, trabalhei em cursos livres da cidade, por muito tempo também. Em 2000, trabalhava em todas as escolas privadas de Jataí, que oferecia Espanhol como língua estrangeira. Ilustração 5- Em 2006, Semana de Letras UFG. Em 2005, prestei concurso para professor substituto de Literaturas, na UFG e fui aprovada em 1º lugar, obtendo média 9,6. Minha felicidade não podia ser maior, ia enfim fazer o que sempre desejei: trabalhar naquela que viria a ser a área em que me destacaria mais e pela qual sempre serei uma eterna apaixonada! Naquele primeiro ano de trabalho, as coisas não me saíram tão fáceis: estava assumindo as aulas no último bimestre, com um conteúdo parado há mais de TRE meses, por causa da desistência da professora titular, ainda mais, recebi muita resistência por parte de uma turma de concluintes, que não se interessava muito pela disciplina, além de comparar-me o tempo todo com a professora anterior. Ufa, sem dúvida foram momentos angustiantes, que se revelaram como um grande desafio para mim. Naquele mesmo ano, prestei à seleção para ao Curso de Especialização em Literatura e Língua Portuguesa, daquela que seria a primeira turma da UFG, campus de Jataí. E para minha grata surpresa, fui novamente a primeira colocada, recebendo a pontuação máxima no meu currículo. Por dois anos, ministrei aulas de todas as Literaturas (Brasileira, Portuguesa, Infanto-Juvenil) para o Curso de Letras, nas habilitações de Português e Inglês. Seguramente, essa etapa de minha vida foi de suma importância para a minha formação, bem como para meus conhecimentos pessoais. Procurei conciliar, da melhor forma possível, o trabalho na UFG e em mais cinco escolas de Jataí com o curso de Especialização, mas em meus momentos de cansaço ou desânimo parecia ouvir as palavras de meu pai: ”Carro apertado é que canta”, o que me fazia retomar o ânimo e prosseguir. Em 2007, terminou meu contrato com aquela instituição e também conclui minha especialização, em que tive a oportunidade de escrever meu trabalho final, elegendo como corpus, o produto literário “LAVOURA’RCAICA, obra de Raduan Nassar. Como não delimitei a área, pude “passear” por várias áreas do conhecimento, desde a Análise de Discurso, Antropologia, Teoria Literária, Semiótica, Sociologia à Psicanálise, também nessa ocasião obtive a nota máxima. Entretanto, minha maior satisfação deu-se pelo prazer de escrever minha monografia e vê-la inclusa como referência para os cursos da UFG, por solicitação de professores daquelas áreas do conhecimento por mim utilizadas. Em 2008, resolvi me dar um tempo: afastei-me da docência e fui me preparar para a seleção de Mestrado, do Programa de Pós-Graduação em letras e Lingüística da UFG. Durante um ano e meio, li tudo que me foi possível, principalmente teorias da Literatura e da Semiótica, já que meu projeto envolvia dois suportes: a literatura e o Cinema. Enfim, em 2009, prestei a tão temida seleção (pelo menos, era assim que imaginava, devido a comentários de candidatos reprovados anteriormente). Consegui aprovação nas etapas referentes às provas de conhecimento específico e de língua estrangeira e aprovação do projeto. A última e a mais angustiante era a defesa do projeto para a banca de Literatura, em que o candidato é testado a todo o momento, nos quesitos paciência, convicção, conhecimento específico e tolerância a provocações. Mais uma vez, apesar da torcida contrária (o marido, que jamais aprovara minhas escolhas), consegui entrar para o programa, em 4º lugar, com média 8,4 (a primeira colocada recebeu 8,8). Fiquei eufórica, afinal faria uma Pós-graduação na área de Estudos Literários, que sempre desejei e na instituição que considero a minha casa. Mas, as surpresas não acabaram por aí: o Dr. Jorge Santana aceitou ser o meu orientador e em março daquele ano, recebi uma bolsa do CNPQ, tal benefício é ofertado aos cinco primeiros colocados no programa. Só me restava agradecer muito a Deus, por todas as bênçãos que me foram dadas. Os obstáculos que surgiram (e não foram poucos) nada significaram diante disso. Hoje me encontro na fase de escrita de minha dissertação, a qual tem me dado suor, lágrimas e muito contentamento também, a sensação da escrita é a de um parto, sofrido, porém compensador, quando nos defrontamos com o produto final. Em 2010, quando eu já não esperava encontrar mais desafios em minha carreira, me deparei com a possibilidade de voltar à sala de aula, porém em outra situação: não mais trabalharia com adolescentes do Ensino Médio nem com os adultos da EJA ou do curso superior, mas com pré-adolescentes, tanto da esfera municipal quanto estadual, afinal fui aprovada nos dois concursos. O que poderia fazer? Depois de uma profunda reflexão, de algumas noites insones, resolvi assumir as aulas de Língua Portuguesa, primeiro numa escola estadual e depois numa municipal, numa escola estadual e depois numa municipal, que por sinal, não conhecia nem o endereço. Confesso que essa nova fase de minha vida tem me feito sofrer uma crise tanto profissional, quanto existencial, sinto-me muito pequena diante do atual quadro em que se encontra o sistema educacional brasileiro, principalmente quanto aos problemas de aprendizagem de nossos alunos, da descrença de alguns profissionais e das exigências, às vezes absurdas que os burocratas de gabinete nos impõem. Porém, amo o que faço luto pelos meus ideais, vivo utopicamente, já que vislumbro uma educação verdadeiramente de qualidade, acredito no sonho e por isso sigo adiante. Espero por um futuro bem próximo , que acredito ser da maioria dos educadores, de constatar que esses meninos e meninas que agora passam por nossas mãos consigam, realmente usufruir de um mundo mais justo, mais igualitário e de uma EDUCAÇÃO, a qual lhes sirva como meio de acesso aos bens culturais e econômicos, á cidadania de fato, a valorização de seu potencial intelectual e humano, não sendo vistos jamais como apenas dados estatísticos para interesses governamentais. Que eu possa deixar como legado a esperança, e a semente de fé e de amor, a única herança que deixo a vocês, além do sincero muito obrigado. Vocês redimensionaram minha vida! I

sábado, 9 de abril de 2011

<div style="width:425px" id="__ss_7574827"> <strong style="display:block;margin:12px 0 4px"><a href="http://www.slideshare.net/borboletrinha/noes-bsicas-de-literatura-e-msica" title="Noções básicas de literatura e música">Noções básicas de literatura e música</a></strong> <iframe src="http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/7574827" width="425" height="355" frameborder="0" marginwidth="0" marginheight="0" scrolling="no"></iframe> <div style="padding:5px 0 12px"> View more <a href="http://www.slideshare.net/">presentations</a> from <a href="http://www.slideshare.net/borboletrinha">borboletrinha</a> </div> </div>

domingo, 3 de abril de 2011

Texto para trabalhar com verbos

FICAR, O VERBO MAIS GOSTOSO DO MUNDO

Ótimo texto para iniciar o trabalho com verbos, no Ensino Fundamental!
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_yTArZfM9_0fi5EYILdo1dBf1HXMCJhQXXqffd2WbEQ9Pylv_rDFKUNwwtQOLi1DgmDiIFx_mnd4piTBYoyM6rT0IzjYSnmyaUf_j6cik9zOuomm53jDXRTVgdc5xooe0UtyVZ4wQOMS6/s1600/1152408577.jpg



FICAR, O VERBO MAIS GOSTOSO DO MUNDO
Você gosta de análise sintática? Conjugação verbal?
Descubra os mil usos que um verbo pode ter na sua vida.
Se você falar para a sua avó que ficou com um menino superlegal, ela pode não achar nada de mais. Ou pensar que essa juventude tem preguiça até de terminar a frase e perguntar. “Mas vocês ficaram fazendo o quê?” Você vai ter de explicar que ficar, do seu jeito (aliás, o jeito mais gostoso de conjugar esse verbo supertransitivo), ainda não está no dicionário, embora faça parte da vida de todo mundo. Para o Aurélio, ficar é “estacionar, estar situado” ou, quando muito, é coisa para se manter em segredo, do tipo “isso fica entre nós”. Para um professor de gramática, quem fica, fica em algum lugar ou de algum jeito, jamais fica com alguém. Se ele pensa que nisso se resume esse verbo, chegou a hora de mostrar que ficar ficou muito mais interessante.
Conjugando o verbo ficar
Gerúndio
Eu estou ficando
É a modalidade mais comum, pois tem a vantagem de não determinar nem o início nem o fim da ficada. Estou ficando indica que você já ficou e pode ficar outras vezes, mas, se isso não acontecer, não tem nenhum problema.
Presente do Indicativo
Eu fico
A moda começou com D. Pedro I, que além de gritar Diga ao povo que fico! também ficava com a Marquesa de Santos. Esse tempo verbal indica o presente imediato: você está na festa, um menino maravilhoso chega e você diz: Tudo bem, eu fico.
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
Se eu ficasse
Baixou o desânimo. Se você ficasse com o Aurélio seria ótimo, mas ele resolveu namorar firme ou não dá a menor chance. O nome complicado do tempo verbal indica uma situação ainda mais complexa. É para ser conjugado com o olhar perdido e um certo tom desanimado.
Pretérito Mais-Que-Perfeito
Eu ficara
Já caiu em desuso e só é usado no sentido tradicional do verbo ficar.
Futuro do Subjuntivo
Se eu ficar
Significa que você tem planos para quando esse momento chegar e não deixará escapar a chance. Para atrair bons fluidos, você pode conjugar de um jeito ainda mais decidido: Quando eu ficar com Lucas... é frase de quem espera o melhor desfecho possível.
Futuro do Pretérito
Eu ficaria
Chegou a chance de você finalmente entender como um tempo verbal pode ser futuro de alguma coisa no passado. É pura condição, hipótese, revela um desejo difícil de ser realizado. Por isso, já pertence ao passado mesmo não tendo acontecido. Difícil de entender? É só conjugar com algum deus do Olimpo: Eu ficaria com o Leonardo DiCaprio se ele soubesse que eu existo. Uma pena.
Imperativo
Não existe na primeira pessoa
Como ficar depende da sua vontade e não tem o menor sentido você se obrigar a ficar com alguém, não se conjuga esse verbo na primeira pessoa do imperativo.
Presente do Subjuntivo
Que eu fique
Aqui caímos no terreno da reza brava e das simpatias. Quando você diz Que eu fique, significa que você tem muita vontade de que isso aconteça e acha até possível, mas gostaria que os anjos e as estrelas dessem uma força.
Particípio
Ficado
Deve ser o estado que alguém fica depois de tantos beijos.
Pretérito Perfeito
Eu fiquei
Conjuga-se de preferência no dia seguinte: Ah! eu fiquei com o Bruno e foi ótimo... Dá para entender facilmente por que os gramáticos resolveram chamá-lo de perfeito.
Pretérito Imperfeito
Eu ficava
O nome também diz tudo, imperfeito. A coisa ia bem, você ficava com ele, mas surgiu algum imprevisto: você teve de ir embora, chegou a sua turma, pintou sujeira ou você descobriu que o menino era ansioso demais e preferia conjugar o modo imperativo, que não combina com a delicadeza do momento.
(PRADO, R. Ficar, o verbo mais gostoso do mundo. Capricho, 27 set. 1998. p. 86-87.)